18 de abr. de 2009

Versos do Amor Distante



Quando pude, meu amor, eu não quis
Quando quis, meu amor, eu não pude
Qual descompasso nos fará feliz
a posse, o beijo, a urgência, a atitude?

É possível que posse não seja passível
Porque há mentira no domínio amoroso
Será a mentira, todo: monstro invisível!?
O inferno seria um descanso gracioso

Beijei a lâmina que me guiaria a mim
Na dor do corte, enxerguei meu retrato
Começo da consciência; da vida, o fim...
O beijo foi o ponto que exclamou o fato

Urge ter-te ao colo, como pingente!
Mas o compasso de espera me tortura
Distorcido, o tempo: intervalo que dura!
Saudade simula ou o tempo é que mente?

Não dá. Faça diferente, mude!
Importa pouco a latitude e longitude
A ação rumo a utopia: eis a beatitude!
Fazer agora o que antes não pude
Sobreviver ao amor e à distância
Viver além da geografia e da ânsia
Superar minha casca e romper-me feliz.

* Parceria com Andrié Keller (beijo, amigo!)

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